
“É curiosa a vida. Quanto mais vazia, mais pesa.”
Vivemos atarefados. O tempo passa a ser a nossa mais valia diária. Queremos fazê-lo render, mas também ver o ponteiro do relógio a apontar para a nossa hora de descanso. Contamos as horas, os minutos e os segundos. Damos por inexistente o tempo para o nosso passatempo. A nossa “página” que alguma vez escreveríamos, de tão pálida que fica, vai se degradando, até desaparecer por completo. Interiorizamos que a nossa “história” vai ser sempre trabalho, tempo, e trabalho.
Até que, “viramos a página”. A vida segue. Ouvem-se carros, sirenes, buzinas, movimento. Uma onda de “vazio” que envolve a sociedade, que nos faz parecer puros calhaus, se assim o posso dizer. Vivemos numa imensidão de silêncio que nos persegue constantemente. O tempo é relativo. Não nos chateamos uns com os outros. Não temos tempo para isso. Chamamos-lhe “seguir em frente”, para não sermos deslocados desta onda da sociedade. Afinal de contas, a nossa “página virada” era só um pedaço do papel pálido onde escrevíamos a nossa história vazia.
Assumimos uma rotina, toda à base de tempo: dinheiro, trabalho, sucesso, e assim sucessivamente. E alguns de nós fingem estar inseridas neste padrão. Outros, tentam acompanhar mas não conseguem. E outros, admiram-se como é que todos os rodeiam conseguem “seguir em frente tão depressa”, quando são desperdiçadas todos os dias oportunidades de escrever a nossa própria história numa folha limpa e impecável.
O tempo perde o seu significado por completo. E consequentemente deixa de existir aquele certo “respeito” pelo tempo do outro. Queremos tudo a tempo e horas. A pressa consome o Homem. A felicidade, tal como a nossa “primeira página, torna se nula. Nem sequer nos passa pela cabeça pensar nos “outros”. E por fim, afundamos nos nesta onda de vazio.
As próximas gerações? Talvez ainda haja esperança para o tempo deles. Talvez o papel nunca se rasgue e as canetas nunca sequem. Talvez seja diferente. Podemos facilita-lo. Comecemos já. Há que mudar de onda. Pegar numa caneta e desenhar o nosso rumo, assim como eles farão.
Ainda vais a tempo, alinhas?! Ajuda-nos a dar-Lhes a oportunidade de escreverem uma nova página 🙂 doa canetas esferográficas!